A 13 de janeiro de 1837 foi criada a Academia Politécnica do Porto, que tinha como objetivo formar engenheiros, oficiais da marinha, pilotos, comerciantes, artistas e diretores de fábrica. Em 1885, a Academia sofreu uma reforma e transformou-se em Escola de Engenharia, ganhando autonomia de Faculdade Técnica trinta anos mais tarde.

Desde 1926 que a instituição passou a denominar-se Faculdade de Engenharia do Porto, celebrando a 13 de janeiro o seu aniversário. O Dia da FEUP comemora-se anualmente nesta data, com a missão de reconhecer o sucesso profissional e pessoal dos antigos e atuais estudantes.

No dia em que a FEUP celebra uma herança de 180 anos, dedicados ao estudo da engenharia, o atual diretor da instituição conversou com o Canal Superior. Eleito em setembro de 2014, João Falcão e Cunha tem 56 anos e também ele foi aluno da FEUP, tendo-se licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.

Sabem trabalhar, aproveitam oportunidades e criam relações, como já dizia Fernando Pessoa. São essas as três principais caraterísticas que eu considero também presentes nos estudantes e alumni da FEUP.

Considero que se prosseguiu o trabalho que vinha sendo desenvolvido, num processo de melhoria contínua na educação, investigação e inovação, em particular oferecendo um ambiente cada vez mais internacional. Por exemplo, temos mais estudantes nossos em mobilidade internacional e recebemos mais estudantes estrangeiros. 

Os docentes e investigadores da FEUP mantêm uma intensa atividade em projetos de investigação e inovação, tendo sido reforçada a ligação ao exterior através de diversas iniciativas, nomeadamente com os gabinetes Portugal 2020, Horizonte 2020 e o Gabinete de Ligação à Indústria. A FEUP tem neste momento em carteira um conjunto de projetos financiados em regime competitivo superior a 30 milhões de Euros. 

Considero também muito importante o reforço das atividades culturais, de responsabilidade social e de sustentabilidade.

A nossa história, naturalmente, que criou uma cultura própria, a nossa inserção no contexto multidisciplinar da Universidade do Porto, e o conjunto das nossas relações com muitas instituições externas desenvolvidas ao longo do tempo, distinguem-nos claramente no panorama nacional. Estas características permitem-nos por exemplo atrair os melhores estudantes em Portugal, como mostram os dados de acesso ao Ensino Superior, e é crescente o número de estudantes internacionais que nos procuram.

Claramente. A resposta é afirmativa nos vários níveis de ensino na FEUP. Cresceu o número de estudantes da FEUP que realizam durante os seus estudos atividades com empresas: mais de metade dos estudantes fazem hoje o projeto final de curso – dissertação de mestrado – num contexto externo, crescentemente envolvendo projetos com investigação e inovação, e o contacto internacional durante o curso também aumentou, quer pela mobilidade internacional quer pelo contacto com estudantes internacionais oriundos de 70 países.

Assim como é importante que os nossos estudantes tenham contacto com as organizações onde podem vir a trabalhar durante o seu curso, também é importante que os alunos do ensino básico e secundário possam ter algum contacto com o que se faz na FEUP para poderem melhor escolher o que desejam fazer no futuro. Para os nossos estudantes é também um desafio terem de explicar de forma clara e interessante aquilo que vão aprendendo a saber fazer. 

Considero que os maiores desafios são continuar a atrair e a manter bons estudantes, docentes, investigadores e técnicos, de forma harmoniosa. A evolução acelerada do conhecimento técnico requer uma atualização permanente, num contexto onde a inovação é global. Por este motivo o desafio da investigação é importante.
A ligação ao exterior, a nível nacional e internacional é cada vez mais importante, numa Europa e num contexto internacional em mudança. É importante para as empresas e para qualquer organização.

(Fotografias: Egídio Santos)